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Star Trek: há 50 anos, audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve!

Star Trek tornou-se uma franquia de entretenimento, um fenômeno cultural, uma marca e um estilo de vida seguido por uma imensidão de pessoas ao redor do mundo.

Em 08 de setembro de 1966, uma nova série de ficção científica criada por Gene Roddenberry estreava na televisão norte-americana. Era o início do fenômeno Star Trek, que começou timidamente com a série clássica (também conhecida como Star Trek: The Original Series) e, após novas temporadas, novas séries e filmes, tornou-se uma franquia de entretenimento, um fenômeno cultural, uma marca e um estilo de vida seguido por uma imensidão de pessoas ao redor do mundo.

As seis séries de Jornada nas Estrelas (como a franquia foi chamada aqui no Brasil) foram ao ar ao longo das décadas subsequentes, coexistindo com os treze filmes e também com uma série animada, rendendo produções paralelas não-oficiais e inspirando novas gerações de trekkies. Essas produções criaram muitas outras que se basearam na trama e nos conceitos apresentados pela criação de Roddenberry.

Tendo como destino o “espaço, a fronteira final”, a espaçonave Enterprise, liderada pelo icônico capitão James T. Kirk, cumpria uma missão de cinco anos para explorar novos mundos, pesquisar novas vidas e novas civilizações - tudo pacificamente, sendo parte da Frota Estelar e respondendo à Federação Unida dos Planetas. Com essa premissa básica como pano de fundo, Star Trek teve, desde a primeira produção, abertura para explorar uma infinidade de situações que mesclavam a temática sci-fi da exploração espacial com relacionamentos interpessoais, questões sociais, políticas e morais - e talvez esse seja o principal motivo para que Jornada nas Estrelas tenha conquistado uma base de fãs tão grande e tão fiel.

Clássico dos clássicos

“Os dias e anos à frente valerão a pena serem vividos. Um dia, o homem vai aprender a controlar forças incríveis, energias que poderão nos levar a outros mundos em algum tipo de nave. E os homens que forem ao espaço vão conseguir achar meios de alimentar os milhões de famintos do mundo e curar suas doenças. Eles poderão dar esperança a cada um e um futuro comum, e esses serão dias que valerão a pena serem vividos”, previu com maestria a personagem Edith Keeler no episódio “A Cidade à Beira da Eternidade”, que faz parte da série clássica. Nele, o capitão Kirk e o primeiro oficial Spock viajam no tempo e voltam à época da Grande Depressão dos Estados Unidos, quando a exploração espacial ainda não havia saído dos roteiros de ficção científica.

De certa forma, essa declaração sintetiza a essência do conceito de Jornada nas Estrelas: a esperança por um futuro melhor. No entanto, apesar do imenso sucesso obtido ao longo dos anos, a série clássica não teve índices expressivos de audiência e a ameaça de cancelamento era como um fantasma perseguindo a produção - o que de fato acabou acontecendo em 1969, ao final da terceira temporada. Ainda assim, pelo fato de Roddenberry ter colocado na televisão uma produção com personagens de gêneros equilibrados e de várias etnias ocupando posições de igual importância (como, por exemplo, a negra tenente Uhura, o japonês capitão Sulu e o oficial russo Chekov), em uma época tumultuada recheada de conflitos sociais e políticos em plena Guerra Fria, a série acabou sendo reprisada a TV a partir dos anos 1970, tornando-se um fenômeno mundial à medida que a produção era exportada para outros países além dos EUA.

 Enterprise - a nave socialmente inclusiva

Apesar de a nave Enterprise ser comandada por um homem branco interpretado por um galã, sua equipe era heterogênea e socialmente inclusiva, fazendo com que Star Trek se destacasse não somente em meio às demais produções de ficção científica da época, como em toda a mídia televisiva e cinematográfica, que ainda não eram assim tão abertas às diversidades sociais. Na sala de comando, juntamente com o capitão Kirk estava o primeiro oficial Spock - um mestiço de alienígena com humano extremamente racional e lógico -, cujos insights e opiniões eram valorizados tal qual acontecia com os demais oficiais de comando, como os personagens citados acima (Uhura, Chekov e Sulu).

Se questões como racismo, xenofobia, machismo e homofobia ainda são tratadas como tabu na mídia em pleno século XXI, é de se imaginar o choque cultural que Star Trek causou cinquenta anos. Enquanto uns torceram o nariz para a série “prafrentex”, muitos outros se viram contemplados com a diversidade e a inclusão social apresentados na trama e acabaram adotando Jornada nas Estrelas como a série do coração, levando a produção tão a sério que o idioma “klingon”, inventado especialmente para a série, foi e ainda é aprendido por fãs mais “nerds” em todo o mundo.

Entre as morais da história que Star Trek passava direta ou indiretamente, estavam conceitos como amizade, respeito, sinceridade, honestidade, afeto e trabalho em grupo - tudo para retratar como uma sociedade evoluída tecnológica, social e culturalmente deveria ser. Isso porque, em muitos episódios, os conflitos vividos entre os tripulantes estavam relacionados a planetas onde ainda existiam preconceito e exploração, lugares onde os habitantes estavam mais interessados em guerrear do que compartilhar - e justamente mostrar essas características como sendo de planetas involuídos traz a reflexão sobre como o nosso próprio planeta Terra ainda tem muito o que melhorar nessas questões.

 Novas séries com variedade de missões, naves, equipes e dramas

Depois do fim da série clássica, Star Trek ganhou uma versão animada chamada The Animated Series, que estreou em 1973 e durou somente duas temporadas. A maior parte do elenco da animação contava com a voz dos personagens originais, também tendo vários dos roteiristas originais trabalhando na segunda produção. Contudo, erros de animação, reaproveitamento de cenas e de músicas prejudicaram a reputação da série, mesmo que o formato animado permitisse a criação de cenários alienígenas e formas de vida ainda mais exóticas do que a série clássica foi capaz de fazer com a tecnologia de produção e efeitos especiais da época.

The Next Generation chegou às telinhas em 1987, trazendo uma nova nave estelar e uma tripulação contando com o capitão Picard, um androide chamado Data, e Woft, o primeiro klingon a entrar na Frota Estelar. Passando aproximadamente um século após a época da série original, TNG teve sete temporadas de sucesso, terminando em 1994. É essa produção que teve os maiores índices de audiência de qualquer série Star Trek até os dias atuais, sendo que muitas relações e espécies introduzidas nesta época acabaram servindo como base para as séries futuras Deep Space Nine e Voyager.

Deep Space Nine chegou à televisão dos EUA em 1993 e durou até 1999, se passando nos últimos anos exibidos pela TNG. DS9 é a única série da franquia a acontecer principalmente em uma estação espacial, em vez de uma nave estelar como nas produções anteriores. Essa estação se chamava Terok Nor, mas foi renomeada para "Deep Space 9" pela Federação e posicionada perto do único buraco de minhoca conhecido. DS9 se diferencia das outras séries de Jornada nas Estrelas por ter incluído em sua trama temas que foram vetados por Roddenberry na série original, como questões religiosas e conflitos internos, já que o criador da franquia havia morrido em 1991, deixando o controle das séries para o produtor executivo Rick Berman.

Voyager, por sua vez, estreou em 1995 e ficou no ar até 2001, exibindo sete temporadas. Dessa vez, quem comanda a nave é a capitã Kathryn Janeway - a primeira mulher oficial comandante em papel principal em uma série Star Trek. Voyager acontece mais ou menos na mesma época de DS9, mostrando a USS Voyager e sua tripulação que, perseguindo uma nave de rebeldes, acabam caindo em uma região a 70 mil anos-luz da Terra. Como a viagem de volta duraria cerca de 75 anos, as tripulações das duas naves inimigas precisariam então aprender a trabalhar juntas para superar os desafios da longa e perigosa jornada de volta, enquanto procuram por meios para encurtar o tempo de viagem.

Por fim, Enterprise foi a última série de Star Trek a ser veiculada na televisão, o que aconteceu entre 2001 e 2005. Sendo um prequel da série original, a trama se passa uma década antes da fundação da Federação, mostrando o primeiro contato do homem com um extraterrestre e levando os vulcanos a guiar a humanidade na criação da primeira nave de dobra 5 - a Enterprise -, que foi inicialmente comandada pelo capitão Jonathan Archer. Apesar da trama interessante e da grande audiência inicial, a popularidade da série foi caindo ano a ano, levando a seu cancelamento antes mesmo do fim da quarta temporada, o que marcou o fim de um período de 18 anos de produção ininterrupta de novos episódios de Star Trek.

Comemorando o cinquentenário de Jornada nas Estrelas, o canal norte-americano CBS decidiu produzir uma nova série chamada Star Trek: Discovery, que estreará no serviço de streaming da emissora em 2017. A produção promete seguir os conceitos e visões da franquia, trazendo uma protagonista mulher e um personagem assumidamente gay à história, que deverá continuar a quebrar paradigmas e combater preconceitos no universo da ficção científica.

 Treze filmes - até o momento

O braço cinematográfico da franquia Star Trek já conta com treze filmes - até o presente momento. Depois de vários pedidos de seu criador, Gene Roddenberry, a Paramount começou a trabalhar em um filme, mas acabou desistindo para produzir uma nova série chamada Star Trek: Phase II, que foi cancelada no período de produção. Contudo, depois que Guerra nas Estrelas e Contatos Imediatos de Terceiro Grau explodiram no cinema, a produtora voltou atrás, adaptando o episódio piloto da série para o filme de 1979 chamado Star Trek: The Motion Picture.

A superprodução acabou trazendo uma história um tanto quanto confusa e sem um vilão bem definido, causando bocejos no público. Em 1982, chega à telona Star Trek II: The Wrath of Khan, que rapidamente se tornou o maior clássico da franquia ao recuperar um dos grandes vilões da série original - o geneticamente aperfeiçoado Khan.

Star Trek III: The Search for Spock estreou em 1984, trazendo de volta o lendário Leonard Nimoy ao seu papel mais representativo em um filme divertido que reflete muito bem o espírito descontraído da série. Dois anos depois, é lançado Star Trek IV: The Voyage Home, em que Spock e seus colegas voltam ao século XX para tentar salvar a Terra de uma nova ameaça, mas o resultado, apesar de não ser exatamente ruim, pode ser considerado mais uma paródia do que uma aventura digna da Enterprise.

Em 1989, a assinatura de William Shatner (que interpretava o capitão Kirk) na história e direção de Star Trek V: The Final Frontier não foi lá uma grande ideia, já que o próprio ator chegou a se desculpar pelo “vacilo”. O motivo? Um enredo tedioso somado a cenas sem sentido e um final mais nonsense ainda. Na sequência, Star Trek VI: The Undiscovered Country estreou em 1991, sendo então o último filme a reunir o elenco original da produção. Mas muito se engana quem pensa que o filme seja algo saudosista e piegas: a produção entrega uma história clássica, digna dos primeiros anos da franquia.

Em 1994, chega aos cinemas Star Trek Generations, que mostra o encontro dos capitães Kirk e Picard, enquanto em 1996 o filme Star Trek: First Contact foi considerado por muitos fãs o melhor baseado em Star Trek já lançado até aquele momento. Dois anos depois chega Star Trek: Insurrection, colocando Picard na liderança de uma rebelião contra a própria Federação para salvar os habitantes de um planeta com poderes regenerativos. Já no século XXI, em 2002 estreou Star Trek Nemesis, que foi o último filme estrelado pelo elenco de “A Nova Geração”. O excesso de cenas de ação e um tom sombrio acabaram “matando” a franquia por alguns anos.

Então, em 2009, o diretor J. J. Abrams decidiu dar um reboot na franquia, lançando Star Trek para uma nova geração com um novíssimo elenco interpretando os personagens da série clássica. O carisma da nova equipe juntamente com o saudosismo de rever os primeiros anos da Enterprise sob o comando de James T. Kirk emplacou o sucesso do filme. Em 2013 chegou Star Trek Into Darkness, trazendo o vilão Khan para infernizar mais uma vez a vida do amado capitão. Já Star Trek Beyond, que acaba de estrear nos cinemas, retrata com fidelidade o espírito da série original, fazendo jus a tudo o que fez Star Trek perdurar na cultura pop por meio século.

 Uma marca e um estilo de vida

O grandioso sucesso da franquia Jornada nas Estrelas acabou fazendo com que a produção se tornasse uma marca e, consequentemente, um estilo de vida para uma imensidão de fãs. Entre os diversos produtos que acabaram usando a marca Star Trek estão livros de romance, livros biográficos, quadrinhos, jogos eletrônicos, jogos de RPG, jogos de tabuleiro, linhas de maquiagem, coleções de roupas e itens de vestuário e muito mais.

O impacto cultural de Star Trek vai muito além das telinhas e telonas, e um exemplo disso são as diversas Convenções Star Trek realizadas ao redor do mundo. Chamados de trekkies ou trekkers, os fãs conversam no idioma klingon, vestem-se como seus personagens favoritos e encenam lutas e situações vividas por eles nas séries e nos filmes.

Lá na conturbada década de 1960, Gene Roddenberry usou a ficção científica para mostrar em que a humanidade poderia se transformar se aprendesse com as lições do passado e evoluísse para um planeta sem violência, em que as mais diversas culturas e etnias vivem harmoniosamente. E ele fez isso usando como exemplo de evolução o povo vulcano, que teve um passado violento (assim como a Terra atual),  mas que aprendeu a controlar suas emoções e, usando a lógica, construiu um mundo melhor. No entanto, Roddenberry acabou criando toda uma subcultura que permaneceu firme e forte ao longo desses cinquenta anos - e não há indícios de que esse amor esteja prestes a acabar.

 "Vida longa e próspera" a Star Trek!

Fonte: Canaltech

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