O conselho administrativo da AT&T aprovou no último sábado a
proposta para adquirir a Time Warner por US$ 85,4 bilhões. Nesta segunda-feira
(25), a empresa norte-americana de telecomunicações confirmou que seus planos
são de criar uma plataforma de vídeo digital para concorrer com a Netflix.
A compra é vista
como estratégica pelo presidente-executivo da AT&T, Randal Stephenson.
Segundo ele, controlar o conteúdo da HBO e do estúdio de cinema Warner Bros, o
maior de Hollywood, permitirá a empresa avançar consideravelmente para
construir uma plataforma de vídeo sob demanda que possa não só fazer frente à
concorrente Netflix, como também suplantar as sucessivas perdas de receita
apresentadas por sua divisão de TV via satélite, a DirecTV.
Ainda de acordo com Stephenson, a aquisição
permitirá que a empresa entregue aos clientes exatamente aquilo que eles
querem. A afirmação é uma clara referência ao fato de cada vez mais pessoas
estarem abrindo mão de uma assinatura de TV a cabo e migrando para plataformas
de conteúdo sob demanda.
Jeff Bewkes, CEO da Time Warner, corrobora a
ideia. Segundo o executivo, as pessoas estão cansadas de pagar US$ 100 todo mês
por um monte de canais a que raramente assistem. Logo, o desenvolvimento de uma
plataforma sólida e com catálogo respeitável poderia combater o avanço de
serviços concorrentes e atrair novos e antigos clientes.
O outro
lado da moeda
Embora AT&T e Time Warner tenham deixado
claros quais são seus planos, o CEO da Netflix, Reed Hastings, vê a negociação
como benéfica.
"Acredito que a AT&T conseguirá
desenvolver um competidor nacional tal qual fez com a DirecTV no segmento de TV
a cabo. Se ela será bem-sucedida nisso, são os consumidores que irão
determinar", disse Hastings em entrevista ao Wall Street Journal.
O executivo também
acredita que boa parte do sucesso da plataforma da concorrente será determinada
por seu empenho em produzir conteúdo original. Para ele, não basta ser dono do
serviço e é preciso se arriscar nesse tipo de produção - afirmação respaldada
por uma pesquisa recente, que alega que os usuários da Netflix preferem o
conteúdo original da plataforma que os de terceiro.
O otimismo de Hastings, entretanto, não
significa que ele não está preocupado com o futuro - pelo contrário. Para ele,
o grande problema não são os concorrentes, mas sim descobrir qual será o
próximo grande passo na indústria do entretenimento. "É realidade virtual?
São os jogos de videogame?", questionou o chefão da Netflix.
Fonte: canaltech
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